Próteses Parcais Removíveis e possíveis complicações.

Em virtude de algumas dúvidas, enviadas ao site com relação ao uso das próteses parciais removíveis, estou colocando aqui, este post para alguns dos esclarecimentos solicitados.

 

Em primeiro lugar, há alguns fatos muito corriqueiros, quanto à escolha, uso e confecção deste tipo de reabilitação protética.

 

Quem possui como reabilitação este tipo de prótese, normalmente encaixa-se em algumas situações abaixo enumeradas:

 

1.>Menor condição financeira;

2.>Algum comprometimento de saúde bucal e geral;

3.>Condição estrutural comprometida na boca, nos dentes remanescentes, nos tecidos ósseos e gengivais, quanto a volume, espessura e altura;

4.>Fatores emocionais, como “medo”de tratamentos invasivos;

5.>Busca de satisfação pessoal com este tipo de tratamento, mesmo sabendo que há outras formas de reabilitação.

 

Incansavelmente, é importante mais uma vez salientar que, o paciente que perdeu algum elemento dentário, teve de alguma forma, um insucesso na preservação dos dentes.

 

Então, podemos dizer que a prevenção falhou.

 

Algo aconteceu…

 

Ainda hoje, se dá muito mais valor aos tratamentos complexos e caros do que aos simples e mais baratos, como as intervenções de profilaxia, aplicação de flúor, orientação de higiene e hábitos saudáveis para a cavidade bucal.

 

O mesmo acontece com os profissionais que fazem prevenção. Certa vez em uma conversa com amigos, fui indagado se: “você faz o procedimento de… como é o termo mesmo, limpeza?”

 

Respondi prontamente que sim, e em seguida tive que ouvir dessa pessoa que, sua dentista não gostava de fazer esses tratamentos mais “baratos”, estava acostumada a fazer muitas próteses, tratamentos mais “caros” e complexos.

 

Voltando ao tema principal deste post, vamos enumerar as patologias mais comuns aos pacientes que usam próteses parciais removíveis com ou sem grampos, com ou sem armação em metal.

 

As patologias mais prováveis de ocorrerem, quando algo não esta funcionando de acordo com os critérios necessários para um tratamento bem sucedido, são:

 

1.>Queilite angular: é uma lesão comum localizada nas comissuras labiais (canto da boca), normalmente relacionada à reduzida dimensão vertical (boca com diminuição da altura dos dentes), infectada por Candida albicans;

2.>Úlcera traumática: lesão causada por traumatismo, relacionando-se essa lesão com as próteses móveis. Está relacionada às irritações, que evoluem para machucados na boca. Nesses casos, normalmente existe algum problema de adaptação com as próteses;

3.>Estomatite de contato: tem etiologia multifatorial, mais comum em usuários de próteses móveis, principalmente as dentaduras. Tem-se a sensação que as próteses estão “queimando” a mucosa bucal;

4.>Hiperplasia gengival: é uma lesão inflamatória com várias origens e causada também, por próteses mal adaptadas.

5.>Doença periodontal: doença multifatorial que pode evoluir mais rapidamente em usuários de próteses removíveis mal planejadas e com dificuldades de higienização;

6.>Cárie dentária: servem como consequências dessa patologia, os mesmos critérios da doença periodontal.

 

Concluindo:

 

Sendo as próteses móveis, aparelhos reabilitadores artificiais, estes tratamentos requerem muita exatidão. Exatidão que começa no planejamento correto da estrutura. Deve-se ter atenção ao “desenho da peça”, levando em conta a estabilidade, estética, preservação dos elementos bucais envolvidos, e função adequada para restabelecimento do sistema mastigatório como um todo.

 

Depois de instalada a prótese é natural e fundamental um acompanhamento de perto com o paciente, para observações necessárias e para chegar-se a conclusão de que o tratamento foi bem sucedido.

 

Após conclusão dessa fase, devemos relembrar todos os cuidados em relação à limpeza da boca e da prótese. Na realidade esta etapa deve ser discutida antes de iniciarmos o tratamento. É importante o paciente ter ciência dos cuidados e de como deve se portar com este tipo de tratamento. É neste momento inicial que podemos com base nas expectativas, necessidades e realidades do paciente indicar-lhe ou não estas próteses.

 

Acaba sendo contraditório, mas essas próteses exigem pacientes bem conscientes da necessidade de higiene bucal e das revisões, na forma de consultas com o profissional, para manutenção da saúde dos dentes remanescentes, assim como da prótese já instalada. Não há como garantir longevidade deste tipo de tratamento, sem a presença constante do paciente ao consultório.

 

É preciso esclarecer que próteses móveis (removíveis e dentaduras) não podem machucar a boca. Normalmente os pacientes acham que estes tratamentos não precisam de manutenção. Enganam-se, há pacientes que precisam de reembasamentos (enchimento da prótese), polimento das estruturas e troca de dentes anualmente.

 

É muito comum pacientes salientarem que próteses móveis causaram doenças periodontais e cáries. Tanto a doença periodontal quanto a cárie necessitam de bactérias para determinar a ação da doença. O resto são fatores complicadores, perpetuadores e por que não dizer facilitadores destas, e das outras lesões que falei.

 

Sinta-se confiante para este tipo de reabilitação. 

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