Atendimentos pessoais I.

Falar de nós mesmos parece algo fácil, mas para quem se preocupa em descrever a realidade, ou menos distorcida possível, é algo mais difícil. É como falar de um ente querido, pode ser fácil, mas nem sempre real.

Não é nada que seja impossível, mas para termos a clareza do que somos e representamos, costumo dizer que, precisamos sair de nós mesmos e olharmos como estranhos, para nosso jeito de ser.

Essa introdução é proposital para descrever sentimentos, que venho vivenviando com alguns pacientes especiais e pessoais.

Tenho atendido a muitos pais de amigos, de infância e juventude. Gente que pouco via, eles ocupavam o lugar que agora ocupo. É o momento da vida que você pode ser algo mais, você é a bola da vez…

Momentos estes, que muitas vezes não percebemos as coisas ao nosso redor; por falta de tempo, perdemos de viver com mais intensidade, o estar com a família e amigos. Trabalho e mais trabalho!

Porém, há aspectos, que mesmo que saibamos os porquês, das coisas serem e estarem como são e estão, há visões diferentes, prospecções diferentes, daquilo que realmente somos. E perguntas são freqüentes…

Quase que invariavelmente, o tema gira em torno do desempenho profissional, familiar e pessoal. Outro ponto, que conta bastante, é a imagem física que alguns de nós ainda preservamos, é o “jeito moleque” de ser e estar e que irradia vida.

Neste ponto, cito um texto infantil, que li, mas que serve para adultos, onde o tema era: “Tempo de semear”. Em tempo de semear, o educador dirigia-se às crianças tentando orientá-las que, na vida tudo pode ter seu tempo, cabe a cada um de nós, saber organizá-lo. Para se ter mais tempo aqui, com certeza estou tirando um pouco dali. É fácil, são escolhas. O difícil e saber fazê-las e compartilhar com os envolvidos as mesmas.

Em tempo de semear, há o tempo certo de cada coisa.

E após um atendimento de um pai de um colega de colégio, com o qual nem tinha muito convívio, e cujo pai pouco havia visto, fiquei surpreso, com a maneira que se sentiu seguro e confortável ao receber meus cuidados profissionais. Conversando um pouco mais, percebi que ele sentia-se orgulhoso de estar sob meus cuidados e também da nossa turma. De alguma forma ele fez parte disso tudo.

Engraçado os pais!

Fiquei emocionado ao ver o que seus olhos falavam!

Os anos e as amizades de colégio foram muito importantes para nós todos.

Quando vejo alguém que já cumpriu parte de suas missões, como a de encaminhar os filhos para a vida, percebo que este é o momento deles serem agraciados. Eles merecem o mais profundo respeito da sociedade.

São inquietações presentes em pais jovens, como eu, que ainda tem um caminho a percorrer com os filhos.

Este parece um post sem um fim definido, sem um último parágrafo, talvez por conta do tempo de ainda termos muito a semear.

Compartilhar:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *