Esporte para todas as idades.

Por sorte, após uma partida de tênis, observei um tenista que para mim deveria estar por volta dos 70 anos de idade. Estava parado, próximo às quadras, a procura de alguém para jogar.

Bom, é claro que se tratando de um jogo que predispõe um mínimo de preparo físico e mobilidade, faltou parceiro para ele.

Vi e senti em seus trejeitos, uma decepção, uma ansiedade e vontade enorme de bater aquela bolinha, mas quem estaria disposto a “sacrificar” seu tempo com um tenista com aquela idade.

Vivemos o delírio real da falta de tempo. O que falta muitas vezes é focar o uso correto do tempo.

Passaram-se alguns dias e o observei no corredor de acesso às quadras; raquete debaixo do braço, passos curtos e baixos, mas olhar atento à procura de algum jogador.

Novamente nada; nenhum colega à vista, aquela risada meio sem graça e meia volta para casa.

Neste dia, perante sua expressão, entendi quanto é difícil envelhecer até mesmo no esporte.

Tão difícil quanto bater aquela bolinha com as crianças, é também para os mais velhos, mas com as crianças fica mais bonito!

Talvez seja mesmo necessário ficarmos mais velhos para entendermos certas coisas. Mais que isso, estarmos atentos às modificações sociais que se manifestam quando envelhecemos.

Aqui entraria um bom discurso do preconceito em relação aos idosos, mas vou me ater apenas ao incrível momento que pude sentir…

Passado alguns dias, dei umas raquetadas com o “velhinho”. Apresentei-me e jogamos tênis.

Fizemos praticamente um aquecimento, para mim foi uma experiência diferente, jogo com os caras da minha idade, da minha habilidade ou melhores e com as crianças, mas desta vez foi diferente. Foi como dar um presente a quem você gosta, foi como usufruir da sua capacidade de cidadão, fazer algo útil.

Não sei ao certo passar o que senti, mas foi algo de bom!

Para ele, sem palavras!

Nosso amigo ganhou um parceiro de tênis!

Este post, deve servir para lembrarmos quanto é difícil envelhecer e ser percebido.

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