O fumo e sua saúde.

A cada dia percebemos que parte da sociedade busca uma melhoria em sua qualidade de vida. Não necessariamente pessoas que cultuam apenas a boa forma externa mas uma busca por saúde.

 

Há alguns exageros em toda essa paranóia dos padrões de beleza, são os padrões enlatados. Pessoas de formas diferentes transformando-se em formas  P, M ou G, refiro-me aos tamanhos dos silicones e preenchimentos que estão descaracterizando as pessoas. Isso não é bem estar, não é buscar saúde, é adequar-se ao modismo.

 

O tema que trago é o fumo, hábito que já foi moda anos atrás. Após inúmeras campanhas anti tabagismo percebo que realmente os fumantes inveterados tem muita dificuldade em interromper o "vício".

 

Fica claro que mesmo sendo conhecedores de todos os malefícios que o fumo trás, não conseguem ou não querem para de fumar. Há fatores físicos e psíquicos que dificultam a interrupção deste hábito. Nem todas as pessoas são iguais, digo isso a você que acha que só os fracos é que não param de fumar. Está mais do que provado que cada ser humano reage de um jeito e me permitam ir mais além, a dependência em relação ao fumo não é diferente.

 

Então incluo no meu dia a dia de consultório a orientação a cada paciente fumante que procure ajuda profissional para largar de fumar. Há especialistas nesta área.

 

Dentre os males que o fumo causa é sabido que ele é um dos fatores de risco de muitas doenças sistêmicas e bucais. A gravidade que causa como coadjuvante na progressão da doença periodontal, neoplasias, baixo peso de recém nascidos, doenças cardíacas e pulmonares, hipertensão dentre outras faz deste mal hábito algo a ser combatido.

 

No caso das doenças gengivais ele causa efeitos de vaso constrição sobre os tecidos periodontais, alterações imunológicas, alterando a forma de atuação da doença para pior. Entendendo melhor, ele diminui os vasos  sanguíneos que nutrem e levam as células de defesa para as áreas que estão sendo atacadas pelas bactérias, ele altera a forma de defesa das células através de suas toxinas. Se tomarmos por comparação doentes periodontias fumantes e não fumantes, a doença é mais grave, mais difícil de ser tratada e com resultado final, muito pior nos fumantes. Isto é fato.

 

A nicotina, que é a substância mais conhecida do cigarro altera os processos de reparo e regeneração tecidual. As células que poderiam novamente formar tecido mole e duro são inibidas pela nicotina.

 

E entendam, tratar da cárie muitas vezes por mais que seu dente tenha sido destruído quase sempre é possível devolver-lhe a função e estética de uma forma natural, e muito melhor do que as sequelas da doença gengival. Parte da dificuldade e por que não dizer frustração do periodontista é que em Periodontia normalmente temos cicatrização da doença e não regeneração dos tecidos. A regeneração que temos na maioria dos casos onde a doença é grave é mínima frente ao estrago causado. O que você perdeu de osso e gengiva num primeiro momento você cicatriza através da cura da doença com resultado estético por vezes inadequado.

 

Num outro momento você obrigatoriamente terá que submeter-se a cirurgias reparadoras estéticas para devolver a condição original. São cirurgias de prognóstico variável de acordo com cada situação. E se for fumante tenha a certeza que tudo será mais difícil.

 

Previna-se, cuide de você.

Pare de fumar!

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